A Biblioteca Escolar e a Web 2.0
Em
face da evolução das tecnologias da informação e comunicação e da consequente
diversidade e quantidade de meios de disseminação da informação, cabe ao
professor bibliotecário, numa primeira fase, assumir a tarefa de conhecer,
explorar e perceber as potencialidades que a Web 2.0 tem para as bibliotecas
escolares e incentivar e apoiar e “conduzir” a escola para a mudança de
paradigma.
Uma
biblioteca 2.0 é aquela que aplica os
princípios e as ferramentas da Web 2.0 aos seus produtos e serviços, tendo
como objetivos: melhorar os serviços existentes para darem resposta às reais
necessidades dos utilizadores; oferecer novos serviços; fazer do utilizador um
“utilizador participante”, quer na escola, quer fora dela, materializando
gradualmente a autopromoção.
Neste
sentido, para entrar no mundo da Web
2.0, o professor bibliotecário deve conhecer a situação em que se
encontra a Biblioteca, no que respeita a serviços que oferece e como os
disponibiliza, avaliando e atualizando, de forma constante, a sua utilidade e
pertinência. Deve também conhecer e procurar responder às necessidades informacionais
dos utilizadores, assim como estar consciente de que a participação do utilizador na criação de serviços e processos de
revisão/otimização dos mesmos é aqui
extremamente importante, até para evitar a falta de conhecimento e a
baixa adesão com que muitas vezes nos deparamos na escola. A este propósito
Furtado (2009) afirma: “…é indispensável
que os profissionais que atuam nas bibliotecas percebam a necessidade de rever
os seus produtos e serviços e sua relação com o usuário da informação…”,
pp: 137.
À
medida que integra as mudanças operadas pela Web participativa, a biblioteca
escolar tem, acima de tudo, um papel crucial na formação de utilizadores ativos
e capazes de construir o seu próprio conhecimento, através da formação nas
literacias de acesso à informação digital e, principalmente, de leitura,
pesquisa, seleção, interpretação e análise crítica dos conteúdos. Maness (2006): “Biblioteca 2.0 é uma comunidade virtual centrada no usuário… Enquanto
que o Bibliotecário 2.0 deveria atuar como um facilitador e prover suporte…”pp:
45. Torna-se importante salientar que, relativamente à tarefa de apoiar e
facilitar o acesso dos utilizadores, como professora bibliotecária, sinto
muitas dificuldades, dada a lacuna de formação da grande maioria dos docentes
nesta área, o que compromete um trabalho mais abrangente e mais aprofundado.
Afigura-se
imprescindível que a escola, ou melhor, os professores, e não só o professor
bibliotecário, conjuntamente, recorram ao uso das ferramentas da web 2.0 para a
abordagem dos seus conteúdos, de forma a envolver os alunos na sua própria
aprendizagem, como meio de envolver e apelar à participação ativa dos alunos,
mesmo os mais arredados das tarefas escolares. Nesta perspetiva, os professores deverão implementar a
sua prática no sentido de apresentar problemas, despertar interrogações,
coordenar grupos de trabalho e sistematizar experiências, de forma a valorizar
e proporcionar o diálogo, a colaboração e, consequentemente, a construção do
conhecimento.
Bibliografia:
Furtado, C.
Cordeiro (2009). Bibliotecas escolares e
Web 2.0.: revisão da literatura sobre Brasil e Portugal. Em Questão,v.15,
n.ᵒ 2, Porto Alegre, pp. 135-150.
Maness,
J. M. (2007). Teoria da biblioteca 2.0:
as suas implicações para as bibliotecas. Informação & Sociedade: Estudos, v.17, n. ᵒ1, pp. 43-51.