domingo, 19 de outubro de 2014

A Biblioteca Escolar e a Web 2.0


Em face da evolução das tecnologias da informação e comunicação e da consequente diversidade e quantidade de meios de disseminação da informação, cabe ao professor bibliotecário, numa primeira fase, assumir a tarefa de conhecer, explorar e perceber as potencialidades que a Web 2.0 tem para as bibliotecas escolares e incentivar e apoiar e “conduzir” a escola para a mudança de paradigma.
Uma biblioteca 2.0 é aquela que aplica os princípios e as ferramentas da Web 2.0 aos seus produtos e serviços, tendo como objetivos: melhorar os serviços existentes para darem resposta às reais necessidades dos utilizadores; oferecer novos serviços; fazer do utilizador um “utilizador participante”, quer na escola, quer fora dela, materializando gradualmente a autopromoção.
Neste sentido, para entrar no mundo da Web 2.0, o professor bibliotecário deve conhecer a situação em que se encontra a Biblioteca, no que respeita a serviços que oferece e como os disponibiliza, avaliando e atualizando, de forma constante, a sua utilidade e pertinência. Deve também conhecer e procurar responder às necessidades informacionais dos utilizadores, assim como estar consciente de que a participação do utilizador na criação de serviços e processos de revisão/otimização dos mesmos é aqui extremamente importante, até para evitar a falta de conhecimento e a baixa adesão com que muitas vezes nos deparamos na escola. A este propósito Furtado (2009) afirma: “…é indispensável que os profissionais que atuam nas bibliotecas percebam a necessidade de rever os seus produtos e serviços e sua relação com o usuário da informação…”, pp: 137.
À medida que integra as mudanças operadas pela Web participativa, a biblioteca escolar tem, acima de tudo, um papel crucial na formação de utilizadores ativos e capazes de construir o seu próprio conhecimento, através da formação nas literacias de acesso à informação digital e, principalmente, de leitura, pesquisa, seleção, interpretação e análise crítica dos conteúdos.  Maness (2006): “Biblioteca 2.0 é uma comunidade virtual centrada no usuário… Enquanto que o Bibliotecário 2.0 deveria atuar como um facilitador e prover suporte…”pp: 45. Torna-se importante salientar que, relativamente à tarefa de apoiar e facilitar o acesso dos utilizadores, como professora bibliotecária, sinto muitas dificuldades, dada a lacuna de formação da grande maioria dos docentes nesta área, o que compromete um trabalho mais abrangente e mais aprofundado.
Afigura-se imprescindível que a escola, ou melhor, os professores, e não só o professor bibliotecário, conjuntamente, recorram ao uso das ferramentas da web 2.0 para a abordagem dos seus conteúdos, de forma a envolver os alunos na sua própria aprendizagem, como meio de envolver e apelar à participação ativa dos alunos, mesmo os mais arredados das tarefas escolares. Nesta perspetiva, os professores deverão implementar a sua prática no sentido de apresentar problemas, despertar interrogações, coordenar grupos de trabalho e sistematizar experiências, de forma a valorizar e proporcionar o diálogo, a colaboração e, consequentemente, a construção do conhecimento.

Bibliografia:
Furtado, C. Cordeiro (2009). Bibliotecas escolares e Web 2.0.: revisão da literatura sobre Brasil e Portugal. Em Questão,v.15, n.ᵒ 2, Porto Alegre, pp. 135-150.

Maness, J. M. (2007). Teoria da biblioteca 2.0: as suas implicações para as bibliotecas. Informação & Sociedade: Estudos, v.17, n. ᵒ1, pp. 43-51.


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